Quem aí se lembra daquela série animada chamada Os Jetsons? Originalmente lançada em 1962, foi relançada em 1984, com o tema “A Era Espacial” e abordava o cotidiano de uma família que vivia no futuro, mais precisamente em 2062. Carros voadores, casas suspensas e robôs que faziam o trabalho doméstico eram mostrados na série de forma bastante natural. Hoje, mais de 30 anos após seu relançamento, fica difícil imaginar que os carros e casas daqui a 50 anos serão como os apresentados na série. Mas será que, naquela época, seria possível imaginar que casas poderiam ser construídas a partir de plástico ou papelão?
As construções sustentáveis deixaram de ser vistas como algo cool e tornaram-se indispensáveis. Se por um lado a escassez dos recursos naturais preocupa, por outro lado, o potencial de transformação dos materiais recicláveis ganha cada vez mais força e surge como solução original para questões importantes, como é o caso das moradias. Recentemente, mostramos que casas já são montadas com tijolos feitos com plásticos descartados e agora vamos mostrar uma casa diferente que tem como base de construção o papelão.
A Wikkelhouse é formada por segmentos de 3,5m de altura por 1,2m de largura, que podem ser combinados até atingirem o tamanho desejado pelo proprietário. Cada segmento é formado por 24 camadas de papelão, grudados com uma cola sustentável bastante potente e revestido com um material impermeável e painéis de madeira. Este acabamento garante excelente isolamento térmico e acústico e resiste bem às variações climáticas. Segundo a Fiction Factory, fabricante da casa, cada módulo pesa, em média, 500 kg e, como não é preciso fincá-la no solo, a casa pode ser transportada para qualquer lugar.
A Wikkelhouse, que tem a expectativa de durabilidade de 100 anos, é considerada três vezes mais eco-eficiente do que uma moradia comum, já que é 100% reciclável e todos os materiais utilizados em sua fabricação podem ser reutilizados. E mais: é preciso apenas um dia para montá-la! Por enquanto a casa é vendida apenas em alguns países da Europa e três segmentos curtam em torno de 25 mil euros.
E aí, já imaginaram como seria morar em uma casa de papelão? Será que em 2062, ao invés de casas suspensas, teremos casas 100% recicláveis? Esperamos que, até lá, esta tendência se transforme em um novo parâmetro para as construções sustentáveis e que o reaproveitamento de materiais seja aplicado em outros segmentos da indústria.
*Imagens: Divulgação | Wikkelhouse
