Jovens comentam experiência de reciclagem que vivenciam na Inglaterra

casal-brasileiro-aprende-reciclar-em-londresQuando Alex e Paula Guedes decidiram viver fora do país, jamais imaginariam que entre tantas mudanças, a forma com que eles encaravam o lixo mudaria tanto. Moradores da cidade de Guildford (Inglaterra), há dois anos, o jovem casal mostra como a forma de encarar o lixo é diferente na Europa, como a coleta seletiva e a reciclagem hoje fazem parte de suas vidas e destacam a importância do apoio governamental na estruturação de um programa de reciclagem de lixo.

Conversamos por e-mail com Alex e Paula, ambos de 27 anos, sobre como foi essa mudança de olhar em relação ao lixo. Veja abaixo:

Porque decidiram viver fora do Brasil?

Moramos na Inglaterra há dois anos agora. Decidimos morar fora do Brasil para ter uma melhor qualidade de vida e alcançamos isso. Hoje nossas vidas são muito diferentes, sei o que é andar na rua sozinha e me sentir segura, independente do horário.

Antes de morar no exterior, como era a relação de vocês com o lixo? Já faziam coleta seletiva?

Posso dizer que não havia uma relação. Nós simplesmente não pensávamos sobre isso.

Na visão de vocês, qual a principal diferença entre brasileiros e europeus no que diz respeito ao cuidado e tratamento do lixo?

Os europeus têm uma conscientização muito maior em relação ao lixo. Temos coleta seletiva, lixeiras para recicláveis e não recicláveis em locais públicos, universidades, shoppings… Em qualquer lugar que você vá, existe a opção de reciclar o seu lixo.

O que vocês acreditam que falta para que o Brasil alcance o estágio em que muitas cidades europeias se encontram hoje em termos de evolução no processo de reciclagem e tratamento do lixo?

A conscientização dos brasileiros! A diferença aqui é que as pessoas se importam, reciclam pelo bem do mundo em que vivem e não encaram como obrigação. Aqui, todo mundo tem prazer em reciclar!

É claro que é necessária uma estrutura por trás. E aqui esse sistema funciona muito bem. Toda semana temos coleta para os resíduos orgânicos e a cada 15 dias para lixo reciclável e o lixo geral.

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Lixeiras para recicláveis e lixo não reciclável/não orgânico ficam do lado de fora da casa de Paula e Alex.
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Essas são as lixeiras orgânicas. A cinza fica dentro de casa e a verde do lado de fora.
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Sacos de lixo fornecidos gratuitamente pelo governo aos europeus.

O governo fornece as lixeiras e saco de lixo para cada tipo de resíduo, tudo em cores diferentes.

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Saco de lixo biodegradável para descartar os resíduos orgânicos.

Existe um local para retirar as lixeiras e os sacos de lixo de forma gratuita. Fica a alguns minutos de carro da casa em que moram.

Segundo Paula, o governo permite que o lixo orgânico seja despejado diretamente na lixeira, sem necessidade de utilizar um saco. Assim como ela e o marido, muita gente opta pela utilização do saco por questões de higiene. A única exigência feita é  que o saco seja biodegradável. Este é o único saco de lixo que o casal precisa comprar, para descartar seus resíduos orgânicos. São 50 sacos por 3,50 libras.

O que a reciclagem significa pra vocês hoje?

Hoje em dia é uma coisa sobre a qual não pensamos mais, é natural e já faz parte do nosso dia a dia. Na nossa casa temos diferentes lixeiras. Uma para o lixo reciclável, uma para comida (resíduos orgânicos) e uma para lixo em geral (não reciclável e não orgânico). A nossa maior lixeira é para os recicláveis. A lixeira do lixo orgânico é uma pequenininha e a de lixo geral nem fica dentro de casa!

Hoje até nos surpreendemos e pensamos “Por que nunca reciclamos antes?” Cerca de 80% do que descartamos é reciclável e, quando morávamos no Brasil, não conseguíamos ter ideia disso.

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