O programa Rio Capital da Energia tem a proposta de transformar o estado do Rio de Janeiro em referência em inovação tecnológica sustentável. O projeto procura estimular empresas e entidades para mobilizar a sociedade sobre questões como o reúso de água e a eficiência energética. Criado em setembro de 2011, o programa do Governo do estado do Rio de Janeiro tem como base projetos voltados para o transporte, indústria e comércio. Com 66 projetos em andamento, o investimento já passa de R$ 2 bilhões.

O Rio Capital da Energia é dividido em quatro pilares: inovação tecnológica, eficiência energética, economia de baixo carbono e educação. Em entrevista ao Portal Procel Info, a coordenadora do projeto, Maria Paula de Souza Martins, falou sobre a importância do programa e das próximas metas do Rio Capital da Energia. Confira abaixo os destaques da entrevista.

Procel Info – O que o programa Rio Capital da Energia traz de desenvolvimento para o estado?

Maria Paula de Souza Martins – O Programa Rio Capital da Energia tem como principal objetivo mobilizar a sociedade e concentrar recursos em torno do desenvolvimento sustentável, na área energética, em todo o estado do Rio de Janeiro. Sua abrangência, portanto, vai além da cidade do Rio. A carteira atual do programa inclui 66 projetos, alguns já concluídos, outros em andamento e outros permanentes, num investimento total da ordem de R$ 2,2 bilhões. Essa continuidade visa transformar o estado em um centro de referência mundial em inovação tecnológica, eficiência energética e sustentabilidade. O Rio é o maior produtor de petróleo e gás natural do país atualmente, e o programa pretende transformar o estado em uma referência além do óleo e do gás, estimulando a diversificação da matriz energética estadual e estabelecendo parâmetros ótimos de eficiência energética. Então, quando falamos em “Rio Capital da Energia” estamos nos referindo ao estado do Rio como a capital nacional da energia, não somente à cidade.

Procel Info – Como foi estruturado o projeto? E quando o governo viu a necessidade de implementá-lo?

Maria Paula de Souza Martins – O Rio Capital da Energia foi idealizado para ser um programa de Estado, não de governo. A ideia é que seja um programa perene e foi essa ausência de um programa de Estado, institucionalizado, que privilegiasse a eficiência energética, as fontes renováveis e a inovação tecnológica na área de energia que motivou sua criação. Afinal, o Rio tem grande peso na segurança energética do país. Como já mencionei, é o maior produtor de petróleo e o maior gerador de energia termelétrica a gás natural, além do único estado do país que gera energia termonuclear, além de sediar as principais empresas brasileiras e estrangeiras do setor energético. O Rio tem visibilidade internacional em assuntos relacionados ao desenvolvimento sustentável. Sediamos a Eco-92 e a Rio+20, e suas belezas naturais são conhecidas internacionalmente. Por isso, o governo viu a necessidade de criar um programa que mobilizasse a sociedade fluminense e concentrasse recursos em torno do setor energético. E assim nasceu o Rio Capital da Energia.

Procel Info – Quanto, em termos de eficiência energética, o governo já obteve com o programa até o momento?

Maria Paula de Souza Martins – Não há um número global consolidado, pois as ações são simultâneas e algumas são permanentes, garantindo continuidade e aumento dos ganhos. É importante lembrar que o Rio Capital da Energia não é voltado exclusivamente à eficiência energética. São quatro os seus pilares: inovação tecnológica, racionalização (eficiência energética), economia de baixo carbono e massificação do conceito – ou seja, educação. No entanto, tanto a inovação tecnológica quanto o investimento em economia de baixo carbono e a massificação do conceito contribuem, direta ou indiretamente, para a ampliação da eficiência energética.

Procel Info – O quanto o cidadão fluminense ganha com o Rio Capital da Energia?

Maria Paula de Souza Martins – O benefício vai além da cidade do Rio de Janeiro e envolve variados segmentos da sociedade: o cidadão comum, as empresas, o poder público, as universidades, os centros de pesquisa, as associações e entidades de classe. Na verdade, os ganhos ultrapassam as fronteiras do estado. Ao investir em um consumo mais eficiente de energia economizamos recursos que são de todo o país. O estímulo às fontes renováveis e limpas não é bom somente para o cidadão fluminense, mas para todos os brasileiros e para o mundo, já que ajuda a diminuir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) que ocorrem em outros tipos de geração de energia elétrica e em transportes. A economia de baixo carbono é um benefício para toda a sociedade, bem como a inovação tecnológica. A busca por um futuro mais limpo e sustentável é um dever de todos, e é nisso que o Rio Capital da Energia trabalha.

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