Sustentabilidade e coletividade devem ser prioridade das construções

Há pouco mais de uma semana, o Rio de Janeiro foi escolhido para receber, em 2020, o congresso da União Internacional dos Arquitetos, derrotando cidades como Paris, na França, e Melbourne, no Canadá. O presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), Sérgio Magalhães, foi o responsável pela campanha que garantiu a vitória do Rio para sediar o evento. Para ele, a arquitetura moderna precisa ser pensada para valorizar o ambiente social.

Confira abaixo parte da entrevista de Sérgio Magalhães para o Jornal O Globo, em que o arquiteto destaca a importância da sustentabilidade na construção civil:

A arquitetura que se faz hoje no mundo parece primar pelo espetacular, pelo grandioso. Como vê isso?

As grandes estrelas já deram sua contribuição e estão se retirando para o vestiário. Essa era do espetacular, em que o edifício aparece sozinho como se no seu entorno não houvesse nada, já está superada. É uma exacerbação de um momento que talvez corresponda ao neoliberal na economia. Mas hoje isso está muito concentrado na Ásia, no Oriente Médio, em países com mais concentração de renda. Nos países desenvolvidos, o que mais interessa é ter um ambiente agradável, confortável, onde jovens, velhos, ricos, pobres, deficientes, todos possam circular bem, sem dificuldades. O pedestre é o protagonista. A arquitetura de agora valoriza o ambiente social. Nova York é um bom exemplo de cidade que investe em sistemas coletivos.

O senhor está falando de sustentabilidade, certo? Quais as chances de termos cidades sustentáveis de fato?

Sim. A gente sempre pensa em economia de energia e água quando fala em sustentabilidade, mas o mais importante é a vida coletiva. A qualidade essencial das cidades é justamente a possibilidade de ser o lugar do convívio, da integração. Não tenho dúvida de que as cidades podem ser mais sustentáveis. E acho que há bons exemplos no Rio: acho a Zona Sul ótima. E até mesmo Centro e Zona Norte são bons modelos. São Paulo também está fazendo um bom trabalho com o investimento em transportes de massa do Centro ao Morumbi. O problema ainda está nas periferias. O drama da cidade brasileira é a desigualdade em sintonia com esse desinteresse em fazer a cidade ser boa para todos.

 Viram como a sustentabilidade já faz parte do mundo da construção civil? Faça sua parte, comece já a implantar ações sustentáveis no seu edifício e contribua para um mundo melhor! 🙂

Para ler a entrevista na íntegra, clique aqui.

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