Conheça o projeto que já ajuda mais de 10 mil crianças no Quênia

Hoje a gente vai falar sobre uma iniciativa que foge um pouco do assunto dos condomínios, mas toca no coração, unindo cidadania, saneamento básico e sustentabilidade. Pensando em melhorar as condições sanitárias de países em desenvolvimento, o designer sueco Anders Wilhelmson criou o Peepoo, saco de uso único e descartável, feito de plástico biodegradável para que populações carentes possam utilizá-lo como banheiros, para manter a higiene em dia. O diferencial é que após o uso, o saco se transforma em fertilizante.

O que é e como funciona

Criado pela empresa sueca Peepoople, o Peepoo é uma embalagem do tamanho de um pacote de lenços umedecidos que contém um banheiro descartável para uma pessoa usar durante um mês. Dentro dela, há saquinhos de material biodegradável em duas camadas: a de fora pode ser apoiada em uma estrutura de plástico que aguenta até 100 kg sentados, e a de dentro, onde são depositadas as fezes, tem uma pequena bolsa de ureia. Assim que a bolsa é fechada com um nó, o gás desprendido das fezes reage com a ureia, criando amoníaco e matando as bactérias. Daí em diante basta cavar um buraco e jogar o saco dentro. Em até oito meses a uma temperatura de 20 graus Celsius o plástico é transformado em fragmentos de polímeros e vira um fertilizante cinco vezes mais potente que qualquer outro.

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A meta não é substituir banheiros, mas preencher o vazio em áreas onde não há saneamento ou estrutura para tal. A vantagem é que pelo tamanho e custo de 3,50 euros (cada embalagem com 28 saquinhos, sairia por cerca de R$ 10), mais 2 euros (cerca de R$ 7) da estrutura distribuída para cada família para prender o saquinho e sentar, o pacote pode ser facilmente enviado em kits de emergência.

Os sacos utilizados são limpos e seguros de manusear, e capazes de manter-se livre de odores por pelo menos 24 horas.

Diferencial que contribui para um mundo melhor

peepoo-bag-by-wilhelmson-arkitekter-press_smO Peepoo é uma das poucas soluções de saneamento que não necessitam de água. A única água necessária é para lavar as mãos após o uso, que significa dizer que a ligação tradicional entre água e saneamento foi cortada, economizando-se água.

Hoje, cerca de dez mil crianças usam Peepoo no Quênia todos os dias. Antes disso muitas não iam à escola por medo: sem banheiro, elas teriam que sair do prédio. Muitas eram raptadas, outras violentadas. Com os Peepoo cada escola recebeu uma tenda, que custa cerca de 20 euros, montada no canto da sala de aula com a estrutura de plástico e os saquinhos dentro, levando mais segurança e privacidade a essas crianças.

De acordo com os criadores, no Brasil, os sacos Peepoo poderiam ser usados nas favelas, comprados pelos próprios moradores, em vez de serem subsidiados pelo governo.

Muito bacana ver como a sustentabilidade pode estar presente de diferentes formas na vida das pessoas. Parabéns ao designer sueco pela criação e que mais iniciativas como essa continuem aparecendo para chegar até o Brasil!

*Fonte: Jornal O Globo

*Imagens: Peepoople

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