Evento do CEBDS reuniu empresários e especialistas no Rio de Janeiro
Nesta terça-feira a gente participou do VI Congresso Internacional Sustentável 2013, evento promovido pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) com foco na agenda de ações até 2020 para um Brasil sustentável em 2050 (baseado no documento Visão Brasil 2050 – uma nova agenda de negócios para o país).
Mais de 400 pessoas estiverem presentes no Espaço Tom Jobim, no Jardim Botânico, para discutir durante todo o dia uma série de ações que precisam ser tomadas para que possamos chegar a 2050 como um país de fato sustentável. O evento foi dividido em quatro painéis, cada um abordando um assunto. Veja abaixo os destaques de cada um deles:
Painel 1 – Desenvolvimento e Sustentabilidade: Os desafios da governança até 2020
Com moderação do jornalista William Waack, o primeiro debate do dia girou em torno do papel do Governo nas mudanças necessárias para um futuro sustentável. Denise Hamú, representante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA ressaltou que o grande desafio hoje é inventar uma nova maneira de se viver no planeta. As questões climáticas e ambientais também entram em pauta e a questão da construção de hidrelétricas na Amazônia é discutida. Para Marcos Campos Bicudo, Diretor da Masisa, “o foco do capitalismo hoje deve ser como fortalecer o desenvolvimento social”.
Franklin Feder, Presidente da Alcoa destacou o papel das empresas: “O setor empresarial precisa externar suas ações não só no âmbito financeiro, mas também nas medidas sustentáveis adotadas. Estabelecendo uma parceria com os outros atores conseguiremos dar escala à sustentabilidade. Não podemos ser descrentes. Temos que ser otimistas no futuro, mesmo no futuro que está próximo”.
Painel 2 – Financiamentos e Investimentos: A sustentabilidade como critério para a gestão de riscos e tomada de decisão
“Já não é mais admissível que empresas criem projetos sem levar em conta as questões sustentáveis”. Esta é a visão da Assessora da Presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, Vânia Borgerth, que afirmou que o BNDES sempre teve critérios de análise ambiental e hoje possui incentivos voltados para empresas e projetos de sustentabilidade. Representantes do Itaú e Santander também participaram da mesa, que contou ainda com a presença de Claudio Carvalho, Diretor geral da CRV Construtora.
Painel 3 – Cidades Sustentáveis: Os principais catalisadores dessa transformação
Como construir uma cidade sustentável? A resposta a esta pergunta, tão comum nas discussões atuais que envolvem sustentabilidade, foi o desafio do terceiro painel do dia, que contou com a presença do Presidente do Green Building Council Brasil, Manoel Luiza Simões Gameiro, que lembrou a importância de se remodelar prédios antigos em uma cidade como o Rio de Janeiro, que já não tem mais para onde crescer e afirmou que, quando falamos em edificações sustentáveis, o uso é mais importante que a etapa de construção.
Joaquim Monteiro de Carvalho, fundador do Movimento Rio Eu Amo Eu Cuido, acredita que as mudanças estão ao alcance de cada cidadão: “A maioria dos cariocas diz que ama o Rio, mas não cuida. O objetivo desse projeto é mudar coisas básicas no nosso comportamento, como não jogar guimba de cigarro no chão e não ultrapassar os sinais de trânsito, para que assim possamos viver em uma cidade mais sustentável”, afirmou.
Já André Vilhena, Diretor Executivo do CEMPRE, resgatou o conceito de responsabilidade compartilhada, destacando o papel da prefeitura, dos consumidores e do setor empresarial nesse processo.
Painel 4 – Da Visão 2050 à Ação 2020: Soluções empresariais para o novo cenário
No último debate do dia, foram discutidas possíveis ações e soluções para os próximos sete anos, que irão nortear os trabalhos do Ação 2020, movimento que visa estruturar a agenda empresarial necessária para responder às exigências de áreas prioritárias da sociedade, definidas por especialistas e ancoradas na ciência.
A criação de políticas públicas capazes de estimular ideias inovadoras do setor empresarial foi citada inúmeras vezes, colocando como função do governo investir em projetos de sustentabilidade. Para Vânia Somavilla, Diretora da Vale,“o desenvolvimento sustentável evoluiu, saiu da era dos relatórios. Hoje é muito mais que isso. O desafio não é só a preservação ambiental, é também enxergar a questão social como parte desse processo”.
A Presidente do CEBDS, Marina Grossi, encerrou o painel mostrando que as empresas devem buscar desenvolver não só o capital financeiro, mas também o social e o natural: “Por meio de indicadores, exemplos replicáveis e parcerias, podemos promover empresas cada vez mais sustentáveis.”
E então, o que vocês acharam das discussões do evento? Deixem suas opiniões nos comentários!