Árvores são seres vivos importantes em qualquer ambiente urbano. Oferecem sombra, ajudam a melhorar a permeabilidade do solo e a umidade do ar, reduzem o calor, a poluição do ar e sequestram carbono. Não por acaso, desde o século 19, todas as cidades do mundo desenvolveram intensos programas de arborização urbana. No entanto, quando mal plantadas, muitas vezes há 50 ou 60 anos, as mesmas árvores podem trazer sérios problemas para a pavimentação das ruas, quebrando o concreto e tubulações subterrâneas, atrapalhando acessibilidade nas calçadas e comprometendo às vezes até o funcionamento de portões de casas.

O desafio maior é quando árvores centenárias impedem a passagem de pedestres e cadeirantes. O problema é comum principalmente nas grandes cidades e infelizmente são heranças de alguns equívocos do passado. Hoje, os manuais de arborização sugerem o plantio de espécies com raízes profundas, justamente para evitar os danos a calçadas e tubulações.

Se isso estiver acontecendo com você, será preciso entrar em contato com a prefeitura local para solicitar a poda ou retirada da árvore, pois este procedimento deve ser feito apenas quando considerado necessário, conforme a avaliação do engenheiro agrônomo ou biólogo responsável que realizou a vistoria técnica. O corte irregular de árvores de espaços públicos é proibido pela Lei 9.605/1998 e se configura crime ambiental, podendo o infrator sofrer detenção de três meses a um ano. No entanto, em casos de risco iminente para população ou para o patrimônio, tanto público quanto privado, esse tipo de intervenção pode ser realizado em atividades de segurança pública, defesa civil e do corpo de bombeiros.

Por que podar?

A aplicação da poda se justifica nas seguintes situações:

  • Risco iminente de queda da árvore ou de parte dela;
  • Se a árvore estiver causando danos aos bens públicos ou privados;
  • Nos casos nos quais a árvores estiver obstruindo de maneira incontornável a passagem de veículos;
  • Se ela impossibilitar o desenvolvimento adequado de outras árvores vizinhas.

Como árvores adultas têm mais dificuldade de se recuperar, é recomendado que espécimes jovens passem pelas chamadas podas de formação, realizadas ainda no viveiro, e de condução, para direcionar o desenvolvimento da copa. Logo, uma das funções da poda em árvores jovens é selecionar os ramos permanentes e influenciar o crescimento de maneira que ele corresponda a sua função. Árvores de calçadas e canteiros, por exemplo, devem ter sua copa levantada para liberar o fluxo da via de maneira que os galhos baixos não virem um problema quando as mesmas se tornarem adultas. Essa adequação deve ser feita respeitando a estrutura arquitetônica de cada espécie.

Em árvores com problemas estruturais, a poda de correção pode ajudar a evitar que os mesmos comprometam a sua estabilidade ou desarmonizem seu desenvolvimento. Já as podas de limpeza ou manutenção tem a função de retirar galhos doentes ou mortos e a de adequação tem como objetivo eliminar conflitos entre a árvore e elementos da paisagem urbana como, por exemplo, a fiação suspensa. Por último, existe a poda de levantamento para desobstruir o fluxo das vias e a poda de emergência, que é feita quando a árvore apresenta riscos para as pessoas e/ou para o patrimônio público ou privado.

Porém, antes de solicitar uma poda é importante saber se o seu pedido é relevante e se a árvore em questão está causando danos reais ao bairro ou à população, pois se for motivado apenas pela sujeira causada pela queda das folhas ou presença de insetos, por exemplo, ele será indeferido. É normal alguns espécimes perdem folhas periodicamente. A presença dessa folhagem nas calçadas pode até incomodar, mas não é motivo para o corte de galhos ou remoção. Caso você queira denunciar um corte irregular, entre em contato com o Ibama pelo telefone: 0800-618080.

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