Muita gente já sabe que o lixo eletrônico pode e deve ser reciclado. O problema, porém, é encontrar locais que aceitem tal tipo de material. Em várias cidades do Brasil e do mundo existem pontos de coleta e revendedores desses produtos que recebem os Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE), mas encontrá-los não é uma tarefa muito fácil.
Sabendo disso e tendo um trabalho de conclusão de curso para entregar em sua faculdade de Design de Moda, a carioca Fernanda Nicolini decidiu criar bijuterias utilizando lixo eletrônico como matéria-prima. O que a princípio era apenas um trabalho para a faculdade deu tão certo que Fernanda transformou a ideia na marca Odyssee.
Criada em 2015, a marca tem como objetivo apresentar ao mercado uma nova estética, com produtos desenvolvidos através do upcycling de resíduos eletroeletrônicos. Manualmente construídas, as bijuterias costumam ser únicas ou inseridas em coleções com tiragem limitada. Adotando essa prática, a Odyssee incentiva tanto a produção quanto o consumo responsável.
Cabos, placas de circuito, plugues e fios que iriam para o lixo são reaproveitados e transformados em colares, pulseiras e brincos. Para conseguir os resíduos, Fernanda faz um trabalho de garimpagem. Ela vai até os locais de descarte desses materiais e resgata diversos resíduos que podem ser reaproveitados. Outra forma que a marca encontrou de conseguir sua principal matéria-prima foi através de parcerias com empresas de reciclagem de tais materiais.
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Outro diferencial bacana da Odyssee é a promoção da economia circular. Isto acontece porque o cliente que adquire uma peça pode devolvê-la e solicitar uma nova remodelagem, sem custo, utilizando os mesmos resíduos da peça original. Caso algum item seja acrescentado ao novo modelo, o cliente paga apenas 40% do valor de uma peça nova.
Adoramos esta iniciativa! Além de ajudar a preservar o meio ambiente, quem adquire uma bijuteria ainda terá uma peça praticamente exclusiva. Vale ressaltar a importância de descartar corretamente o lixo eletrônico! Verifique pontos de recolhimento, cooperativas e até mesmo artesãos que aceitam esses materiais. Faça a sua parte! 🙂
* Imagem destacada: Marcelo Sant’Anna