Você sabe como o mercado B2C (Business to Consumer, voltado ao consumidor) funciona: a sociedade define uma demanda e as empresas se adequam para atendê-la. Importante para as empresas é verificar a longevidade desta demanda versus a dificuldade de adequação para supri-la. Por exemplo, há 5 anos, válvulas Dual Flush representavam apenas 30% do seu mercado. Analisando a crescente demanda, a conscientização do mercado, a falta de água no Brasil e a facilidade de adequação para aumentar a fabricação do produto, atualmente este tipo de válvula representa 70%. Ou seja, de moda virou tendência e, de tendência, realidade.
Quando falamos do mercado B2B (Business to Business, voltado às empresas), o processo é parecido. Muda apenas que a demanda parte das próprias empresas.
Certificações de construções sustentáveis, como o LEED, são demandadas no mundo todo. Estas servem como base e parâmetro para a adequação dos produtos, serviços e materiais, visando suprir tal necessidade existente. Como atualmente a busca pela certificação é altíssima e muitas vezes a adequação para suprir suas exigências é trabalhosa, empresas analisam a longevidade das certificações para considerar, ou não, este caminho. Uma pergunta que define facilmente esta questão de longevidade é o título deste texto: o LEED é moda?
Leia mais: Como construir para obter a certificação LEED.
Em 15 anos de mercado, a certificação LEED já é considerada como a principal ferramenta de construção sustentável no mundo e 3 dados comprovam isso:
– É a única utilizada em mais de 150 países;
– A cada 15 minutos, 1 novo empreendimento LEED é registrado no mundo;
– A cada 20 minutos, 1 novo empreendimento LEED é certificado no mundo.
Além destes dados, é importante analisarmos alguns outros benefícios daqueles já exauridos pelas mídias e focados apenas nas reduções dos consumos de água, energia, matérias primas e etc.: a constante elevação do padrão técnico do mercado, uma vez que o LEED serve como um parâmetro a ser conquistado. Para isso é exigido que o mercado deixe a zona de conforto e pare de utilizar o “copy & paste”, passando assim a pensar “fora da caixa” e de forma criativa para atender todas as necessidades da certificação. Quando isso vira senso comum, o LEED lança uma nova versão, elevando novamente o padrão, tornando este processo um ciclo. Como prova disso, basta compararmos os empreendimentos comerciais de alto padrão de uma década atrás, com os atuais. Facilmente veremos o salto tecnológico e ambiental que demos nestes anos. Sabendo que o mercado já atende às demandas do LEED, foi lançada uma nova versão desta ferramenta. O LEED v4, muito mais restritivo que o atual.
Leia mais: Como está o mercado da construção sustentável em 2016.
Ainda temos que considerar que esta ferramenta serve de parâmetro utilizado no mundo todo, portanto os prédios certificados deixam de ser comparados regionalmente ou nacionalmente e passam a ser comparados mundialmente. Assim como os profissionais que nele trabalham/ trabalharam. Desta forma, é criada uma linguagem global de mercado.
Por último, vemos que a escassez das matérias primas, água e energia, forçam a criação de projetos buscando a autogeração destes recursos. Projetos estes que conseguem ser independentes definem a “Sustentabilidade”. O LEED é uma ferramenta que direciona o mercado a esta sustentabilidade.
Considerando os dados atuais do LEED, o ciclo de constante renovação, a linguagem universal, a tendência e necessidade de sustentabilidade, cabe a você responder a questão sugerida neste texto: o LEED é moda?
* Texto escrito por Guilherme F. Del Nero, Coordenador de Marketing do GBC Brasil
Fonte: Blog GBC Brasil.