O que deve ser levado em consideração na hora de elaborar o projeto de uma construção sustentável? Como estão as construções sustentáveis na América Latina? Quais as tendências de sustentabilidade no mercado brasileiro? Estas e outras perguntas foram respondidas durante o segundo dia de Greenbuilding Brasil 2015 – Conferência Internacional e Expo.
O que realmente importa em um projeto sustentável?
A manhã da segunda rodada de Conferência começou agitada para os congressistas que assistiram à sessão educacional com o tema “O que REALMENTE importa em um projeto?”. Isso porque Rosana Corrêa, arquiteta e sócia-fundadora da Casa do Futuro, empresa parceira do Secovi Rio e colaboradora de conteúdo aqui no Condomínios Verdes, transformou sua palestra em um workshop interativo, em que os participantes puderam vivenciar um pouco da experiência do chamado Processo de Projeto Integrado (PPI).
De acordo com Rosana, um Projeto Integrado deve ser constituído de uma equipe multidisciplinar capaz de estabelecer uma relação de confiança e comunicação, incentivando o ambiente colaborativo. Escopos e metas bem definidas também são princípios fundamentais quando se pensa em projetos integrados de construção sustentável.
“Qualidade e desempenho são sinônimos de sustentabilidade em projetos de arquitetura. O esforço homem/hora vai ser consideravelmente maior no PPI, mas o foco é deixar o projeto mais eficiente e com um custo significativamente reduzido na fase de uso e operação do edifício” – explicou Rosana. A arquiteta afirmou ainda que os PPI´s têm atingido de 20 a 30% de reduções em cronogramas de execução de obras e que o valor do metro quadrado também se mostra relativamente menor em projetos de construção sustentável deste tipo.
Características locais e a Certificação LEED na América do Sul
Você sabia que o mercado brasileiro da construção sustentável já possui aspectos exclusivos na certificação LEED? Pois é, este foi um dos temas discutidos na 6ª edição da Greenbuilding Brasil. De acordo com o gerente de projetos LEED nas Américas do USGBC, Sean Fish, as estratégias locais para desenvolvimento de construção sustentável no Brasil ganhou força com as LEED International Round Tables, reuniões que acontecem a cada três meses com representantes de todos os países da América do Sul, com o objetivo de estabelecer critérios regionais para a obtenção de pontos na certificação LEED.
“O objetivo da certificação ambiental é acabar com a informalidade, ineficiência e o desperdício. Acredito que é um caminho a ser seguido e que o nosso trabalho pode influenciar cada vez mais pessoas a adotarem processos de construção sustentável” – disse Maria Carolina Fujihara, coordenadora técnica do GBC Brasil.
Segundo Maria Carolina, os edifícios que possuem a certificação LEED estão obtendo a certificação com notas cada vez maiores – A certificação LEED Gold, que fica atrás somente da Platinum, é o nível de certificação mais realizado no Brasil, contando com quase 43% de todos os projetos de certificação LEED do país.
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Tendências na Construção Sustentável Brasileira
Quem participou da Greenbuilding Brasil no dia 12 de agosto pôde conferir com exclusividade o lançamento da pesquisa Sustentabilidade: Tendências na Construção Brasileira 2015, uma parceria do CTE (Centro de Tecnologia em Edificações) com a Criactive, empresa especializada em pesquisas mercadológicas no segmento da construção civil.
Segundo a pesquisa, realizada com empreendimentos certificados e em processo de certificação pelos sistemas LEED ou AQUA, 48% dos edifícios da amostra utilizam alguma tecnologia para o tratamento ou controle do ar externo e 29% utilizam fontes alternativas de água (aproveitamento pluvial, reuso, etc.).
De acordo com Rafael Lazzarini, coordenador técnico da pesquisa, apesar muitas destas construções estarem equipadas com sistemas de tratamento e aproveitamento de água, foram identificadas falhas na gestão do consumo da água. Já o gerenciamento do consumo de energia é feito em 75% dos empreendimentos presentes na pesquisa.
“A certificação de sustentabilidade foi determinante para o avanço tecnológico do mercado nos últimos anos. O que precisamos agora é investir na operação sustentável dos edifícios, através de um trabalho de capacitação e educação para quem opera e usa estes empreendimentos certificados” – finalizou Rafael.
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