Na última semana, nos dias 12 e 13 de junho, foi realizada, no Rio de Janeiro, mais uma edição do Brasil Solar Power, o maior evento do setor fotovoltaico do país. Durante os dois dias de evento, diversas autoridades e especialistas debateram assuntos diversos sobre o tema e apresentaram dados que demonstram forte crescimento da energia solar no Brasil, bem como em boa parte do mundo.
O ano de 2017 foi especial para o setor fotovoltaico. Apenas no ano passado, o Brasil instalou 0,9GW de capacidade e, em 2018, a energia solar ultrapassou a marca de 1,5 gigawatt de capacidade instalada. Segundo Rodrigo Sauaia, presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil já figura entre os 30 países com mais de 1GW instalado de energia solar. Ainda segundo a Absolar, o país deverá fechar o ano com 2,4GW.
Os consumidores residenciais são, disparados, os que mais procuram a fonte solar como alternativa para abastecimento elétrico, sendo responsáveis por 77,4% do total de sistemas instalados no país. Para se ter uma ideia, em 2017, a energia solar abastecia cerca de 60 mil residências no país e agora, em 2018, este número saltou para 633 mil.
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Setores ligados ao comércio e serviços aparecem na segunda colocação na busca por energia solar, com 16%, seguidos pelos consumidores rurais, com 3,2%, e as indústrias, com 2,4%. A solar é a fonte de energia que mais gera empregos entre as renováveis. De acordo com a Absolar, a cada megawatt de energia gerada, são criados de 25 a 30 empregos, e o Brasil já contabiliza mais de 20 mil empregos diretos e indiretos no setor.
Diversos fatores têm contribuído para a rápida expansão da energia solar no Brasil, entre eles a redução do preço dos painéis, que caiu bastante nos últimos dez anos. Além disso, o aumento do preço da energia elétrica motivou a busca por fontes alternativas para a produção de energia. Outra boa notícia foi o anúncio feito pelo BNDES de que disponibilizará uma linha de financiamento voltada para as pessoas físicas que desejarem ter acesso à energia solar distribuída, o que também deverá contribuir para o aumento da procura.
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Vale lembrar que cerca de 60% da energia elétrica produzida no Brasil é proveniente das hidrelétricas, enquanto a energia solar fotovoltaica corresponde apenas a 1%. Segundo estudos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em 2030, este percentual poderá chegar a 10%. Hoje, a energia eólica e a solar, somadas, correspondem a 7,5% de nossa produção energética. Há dez anos, este percentual era de apenas 1%.