Certificação de edificações sustentáveis em qualquer lugar do mundo irá beneficiar mais de 9 mil famílias amazonenses e ajudar na preservação da floresta amazônica
Empreendimentos imobiliários de qualquer parte do mundo poderão apoiar o financiamento de projetos sustentáveis na Amazônia e receber a certificação LEED, um reconhecimento internacional para construções comprometidas com o meio ambiente. A ação inédita é fruto de uma parceria entre o Green Building Council Brasil (GBC Brasil), ONG responsável pela Certificação LEED no país, e a Fundação Amazonas Sustentável (FAS), e deve beneficiar diretamente 9 mil famílias moradoras de 16 Unidades de Conservação (UC) do Estado do Amazonas e 581 comunidades/localidades tradicionais do interior do Estado.
O apoio para a conservação da Amazônia se dá por meio de uma doação para a FAS, proporcional à área do edifício em certificação, que pode variar de US$ 0.05 por m² anuais para edifícios já existentes a US$ 4.00 por m² para novos edifícios. Em troca, a construção recebe um ponto na certificação de “edificações verdes” LEED, que pode eventualmente significar o credenciamento da edificação à certificação, que é dividida nas categorias Básico, Prata, Ouro ou Platina, conforme a pontuação alcançada (de 40 pontos, nível certificado comum; a 110 pontos, nível Platina).
Essas doações são totalmente destinadas a atividades concretas de conservação ambiental e desenvolvimento sustentável de comunidades ribeirinhas e Unidades de Conservação Estaduais do Amazonas. Este território soma mais de 10 milhões de hectares (equivalente à área de Portugal).
Vale ressaltar que independentemente de certificação LEED, empresas ou cidadãos podem contribuir com a FAS através do site www.fas-amazonas.org.
Segundo Felipe Faria, diretor executivo do GBC Brasil, a contribuição do movimento de green building comprova a sua relevância e, hoje, por meio da ferramenta de certificação LEED, é inserida uma opção para a restauração e preservação do habitat natural, que inclui investimentos na floresta Amazônica, a partir dos projetos dirigidos pela FAS. “Hoje, temos cerca de 70 mil edificações buscando a certificação LEED em 160 países e é de suma importância relacionar trabalho nas cidades com a preservação das florestas e das populações que residem em áreas que carecem de serviços públicos especiais”, afirma o executivo. E completa: “Esta iniciativa demonstra que sustentabilidade não possui fronteiras e que todos podem contribuir com a preservação e restauração de um dos maiores bens da humanidade, a Floresta Amazônica.”
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O superintendente geral da FAS, Virgílio Viana explica que a entidade tem se destacado no cenário nacional e internacional, com nove anos de experiência na implementação de programas pioneiros de geração de renda, melhoria de qualidade vida e empoderamento comunitário. “Esta parceria com o GBC representa uma oportunidade histórica de conectar um setor que é responsável por uma parcela importante das emissões de gases de efeito estufa com a redução do desmatamento na Amazônia. Esta é uma prática que deveria ser adotada de uma maneira mais ampla, por diferentes setores e o fato de termos desenvolvido um mecanismo para o setor de construção tem um simbolismo histórico muito relevante. Esperamos que se torne um instrumento exitoso tanto para os que constroem quanto para os que lutam para a conservação da floresta da Amazônia.”, afirma Viana.
Certificação acessível – A certificação LEED foi desenvolvida para atender a qualquer edifício, independentemente de sua localização, uso ou fase de desenvolvimento, seja ainda um projeto ou um empreendimento já construído. O certificado possui sete critérios a serem avaliados, como áreas verdes, sistemas econômicos de água e iluminação. Quando atendidos, esses critérios garantem “pontos” ao empreendimento. Assim, o nível da certificação é definido conforme a quantidade de pontos adquiridos, podendo variar de 40 pontos, nível certificado comum, a 110 pontos, nível Platina. Estão aptos a serem certificados edifícios corporativos, comerciais, escolas, hotéis, armazéns, e até residências.
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Num ranking de 165 países, onde o LEED se faz presente, o Brasil ocupa a 4º posição com 1.225 projetos registrados, destes 393 certificados. A consolidação no setor de edificações corporativas e o processo de expansão e fortalecimento em setores diversos ficaram evidentes em 2016. Mesmo diante de aspectos e notícias pessimistas do ponto de vista econômico e político, a construção sustentável apresentou outra realidade. Provamos que não somos um caminho alternativo e sim o único caminho para aqueles que anseiam a prosperidade. Tivemos um dos melhores desempenhos em termos de novos projetos registrados no LEED e CASA. Foram 201 projetos novos, sendo que em 2012 obtivemos o recorde de registros com 209.